Esclarecendo a Quimbanda Nagô
- encruzilhadadoaxe
- 21 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
A quimbanda é o culto brasileiro às potências Exu e Pomba-Gira, que envolve tradição, feitiçaria, mediunidade, sagrados sacrifícios de animais, técnicas de demanda (ataque e defesa astral), uso litúrgico de ervas, oferendas, entre outros componentes. Se diferencia de outras modalidades afro-religiosas pela amoralidade das suas entidades e iniciados, com liberdade para realização do bem e do mal conforme as suas necessidades. As entidades da quimbanda têm como força motriz a divindade Maioral (Lucifér, em nossa tradição) e não estão submetidas ao conceito comum de lei do karma.
A quimbanda nagô subsidiou todas as formas de quimbanda hoje existentes. Antes da atual expansão desse culto, ela co-existiu com outras modalidades litúrgicas (macumbas, umbandas africanistas, candomblés), cujas fronteiras entre as linhas são tênues e as vezes imperceptíveis - a exemplo dos pontos cantados do quimbandeiro nagô Tata Augustin de Satã, que no disco "O Rei da Magia Negra" alterna entre as invocações de Lúcifer, Satanás e Ogum e Oxalá em conjunto com os Exus. Ainda hoje essa quimbanda se mantém oculta ou como a linha esquerda de diversos templos, que por múltiplos motivos, preferem não se declarar publicamente quimbandeiros. Tais elementos, que não consideram importantes a separação conceitual e restrita das linhas, levam o atual cenário quimbandeiro a confundir a quimbanda nagô como uma forma de umbanda. Mas não se enganem, não é porque um Exu na quimbanda nagô tem diplomacia para cruzar com outras linhas (ora trabalha irradiado na magia negra, ora pode trabalhar irradiado por orixá), que ele é menos potente e combativo que noutras quimbandas.
Num terreiro que toca quimbanda nagô Exu é Rei, Mestre, Curador, Doutor, e em sua coroa brilha a luz de Lucifér!
Alupô!
Mestre Jean do Capa Preta
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