Oxalá Oxaguiã: adversidade e aprimoramento
- encruzilhadadoaxe
- 21 de abr. de 2022
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No calendário votivo afro-brasileiro (da umbanda e diversos cultos de nação), os orixás são anualmente celebrados nas datas consagradas aos santos do panteão católico aos quais são sincretizados. Jesus, cujo aniversário é celebrado no dia 25/12, é sincretizado com Oxalá, senhor do sistema ético afro-religioso. Existem umbandistas que afirmam que Jesus é uma das passagens terrestres da força Oxalá. Em cultos de nação, Oxalá possui diferentes qualidades: Oxalufã, Oxaguiã, Obokun, Oduduá, Orinxalá, Orunmilá, Ajalá, Ori, entre outros. Aqui falaremos sobre Oxaguiã, orixá do inhame pilado, implacável jovem guerreiro que traz as bases civilizatórias da humanidade. É sincretizado com o Menino Jesus de Praga, aproveitamos a atmosfera natalina para falarmos dessa força.
Alguns itans (narrativas mitológicas iorubás) apontam que Oxaguiã foi incumbido por Olodumare (o Ser Supremo) para trazer progresso à sociedade. Mas em vez disso, semeou discórdias, intrigas, destruições, crises, caos e problemas de toda sorte entre os humanos. Ao ser advertido por Olodumare, justificou que dessa forma compelia as pessoas a expandirem seus limites, e com efeito, se aprimoravam com soluções, tecnologias, conhecimentos, e formas de viver mais complexas e duraduras que as anteriores às crises difundidas. Oxaguiã nunca descansa do seu trabalho, e toda sua ação é para fomentar o aprimoramento. Possui muitos atributos congeneres com Ogum e também com Exu.
As adversidades devem ser entendidas como professoras de nossa evolução, que obrigam a ultrapassarmos fronteiras existenciais para a realização pessoal e coletiva.
Oxaguiã desperta e robustece a força de vontade, a perseverança, a resiliência e o poder para vencermos os ordálios que a vida coloca em diversos momentos do Caminho.
Desejo que com a força desse orixá possamos superar esse ciclo de crise generalizada que o mundo vive há dois anos, e seguirmos com força, alegria, disciplina e esperança em nossas lutas.
Epa Baba!
Muito Axé!
Mestre Jean
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